Ainda sobre os malditos fogos!
Esta frase foi-me enviada por uma amiga, casada há muitos anos com um japonês.
Primeiro consertemos o povo, que o governo se consertará por si.
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Ana Suzuki
Logo uma outra amiga me escreveu:
Ela está certa!
Mas para consertar o povo é necessário que haja escola, saúde e alimentação adequada para todos.
Povo ignorante, doente e com fome quer antes de mais nada resolver o seu problema pessoal.
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Regina Mas
Aí, eu respondi o seguinte:
Enfim!... É um ciclo vicioso!
Quando eu falei do horror dos fogos em Portugal ela respondeu, de imediato, com palavras que me fizeram pensar nas diferenças culturais e pessoais.
Assumimos e habituamo-nos, durante a vida, a uma determinada postura, quantas vezes incorrecta.
Disse-lhe que me tinham impressionado as imagens da TV onde, mulheres de idade com as lágrimas a cair, tentavam ainda limpar as matas municipais à volta das suas casas, enquanto o fogo se aproximava.
Ela logo respondeu que era horrível, sim, mas perguntou porque é que essas mesmas pessoas não limpavam as ditas matas antes dos fogos, em lugar de esperarem que as Câmaras e Prefeituras o fizessem, apesar de terem essa obrigação.
Realmente, são atitudes que não se tomam porque a gente se habitua a deixar tudo em cima de quem de direito, em vez de arregaçar as mangas e trabalhar. Mesmo que seja apenas em prol do nosso bem estar físico e emocional, há que empreender; ultrapassar burocracias e competências.
O famoso hábito das hierarquias, faz com que os portugueses aguardem, em vez de avançar. Somos um povo pobre e inculto; como tal, cheios de reclamações, manhas e tiques nervosos acerca de quem é que deve ou não fazer isto ou aquilo.
Tal como eu sempre batalhei em minha própria casa: trabalho é trabalho e tem que ser feito. Não interessa se este ou aquele trabalho é feito por homem ou mulher: é trabalho e mais nada!!!!! Quando visto desta perspectiva, é logo diferente: perdem-se as manias machistas!
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26/07/2005
Laura B. Martins