Resposta minha a um artigo de Vera Mariano publicado no jornal do Pinhal Novo
Portucel mantém forte plano de desenvolvimento em Setúbal
Pois é D. Vera Mariano, a Portucel arranja mais uns postos de trabalho e fica tudo em bem.
Pois é, D. Vera Mariano, a senhora não deve morar em Cabanas onde o cheiro emitido pelas chaminés da Portucel afecta todos os moradores. Calcule, em Cabanas, entre Azeitão e Palmela...
Pois ele vem para tão longe por uma fenda entre serras, não afecta apenas a cidade de Setúbal onde há dias em que o ar é «realmente irrespirável» e só queremos fugir de lá.
Aqui é calamitoso! Eu fecho todas as janelas e, mesmo assim, ando agoniada em todos aqueles dias chamados de «capacete».
Sabe, aqueles dias plúmbeos, morrinhentos, húmidos, sabe como são? Pois é, aquele cheiro pega-se a tudo e entra-nos pelas frinchas das portas e janelas. É uma agonia total!
Não sabemos como havemos de pôr cobro a isto mas, a Portucel arranja mais uns postos de trabalho e as entidades competentes são compradas. Eles são poderosos, pois são!
Nós é que somos pequeninos e vemos a saúde a ir pelo cano abaixo.
A Portucel arranja mais uns postos de trabalho, cada dia é maior, engorda e põe-nos a pata em cima.
De caminho, o governo comparticipa mais uns medicamentos, paga mais uns médicos e assim vamos caminhando, dando com uma mão e retirando com a outra. Sim, porque a nossa saúde ressente-se com este cheiro pestilento da Portucel.
Mas nisso ninguém fala. Porquê?
Ora aí está uma pergunta que eu gostaria de ver no v/jornal:
Porque é que a Portucel é tão pestilenta na emissão dos seus fumos e depois apregoa que está tudo nos conformes e dentro dos limites exigidos por lei. Mas será mesmo que está?
Então, para ajudar, aí vem mais uma fábrica do grupo Portucel. Viva o líder europeu dos papéis UWF!
E vem para Portugal e para Setúbal, pois então!
Mas ninguém se queixa ou os portugueses já sabem que nem vale a pena reclamar?
Será que, se uma parte dos lucros fosse encaminhada para depurar as emanações pestilentas das suas chaminés, haveria dinheiro para outra fábrica ou isso só é possível em Portugal onde as Leis são tão permissivas para os grandalhões?
Quem me responde?
----------------
Laura B. Martins