Três grupos privados e a União das Misericórdias Portuguesas são as entidades privadas e da rede social que já puseram em marcha um ambicioso programa de abertura de unidades de saúde que pretendem ocupar o vazio deixado pelo Estado ao fechar urgências, centros de atendimento permanente e maternidades. Entretanto, outras sociedades privadas começam a investir, nomeadamente as que estão ligadas a entidades bancárias. É o caso da Hospor, detido pelo grupo BES Saúde, e da Rede Nacional de Saúde Privada. O grupo Mello também tem previsto, ainda este ano, abrir uma clínica em Torres Vedras «com atendimento permanente».
in"Portugal Diário"
Estranho que em locais onde o Ministro diz não haver utentes em número suficiente, nem necessidade de existirem serviços de saúde estatal, os privados vejam uma oportunidade de negócio.
O Ministro veio demonstrar-nos que os novos serviços de saúde, servidos por novas vias de comunicação iam melhorar o atendimento à população, mas os privados apareceram logo.
Já estou a imaginar que, mais dias menos dia, o Ministério da Saúde vai estabelecer protocolos com essas clínicas para que estas prestem os serviços que as urgências fechadas prestavam.
O estado em lugar de pagar a profissionais e garantir o atendimento às populações, prefere gastar o nosso dinheiro pagando a privados para prestarem os serviços que são da sua responsabilidade.
Como já tinha afirmado há já muito tempo, estamos a assistir à privatização envergonhada da saúde.
Este governo não assume ser esse o seu desígnio, mas por detrás das costas vai desmantelando e transferindo os serviços para os barões dos seguros e da saúde.
O mesmo iremos assistir, mais cedo ou mais tarde, acontecer com a educação. Basta esperar mais um pouco.
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19/03/20007
fonte: http://wehavekaosinthegarden