Vou morder... Na comida, não...
Pois é, o nosso primeiro e seus respectivos e doutos ministros estão aflitos com o défice do país face à Europa e então numa conversa informal vá de discutir a maneira de o resolver; como
nessa reunião ninguém teve uma ideia, parece que o governo anda arredado delas, o nosso primeiros deu-lhe trabalho de casa: arranjem uma ideia salvadora.
Os ministros, como qualquer aluno, ficaram chateados por este trabalho extra e vai daí nos respectivos ministérios resolveram chamar os secretários de estado e fizeram-lhe a mesma imposição; estes por sua vez chamaram os secretários dos secretários, que depois chamaram os subsecretários e aí por diante até ao contínuo.
Muito chateado com a imposição de resolver uma situação difícil, resolveu ir tomar uma bica ali na baixa. Estava muito entretido a saborear o seu café quando reparou numa conversa que ao seu lado se desenrolava:
- Se me voltas a pedir comida levas um chapadão.
- Mas pai tenho fome, preciso de comer.
Aleluia , a ideia surgiu como por milagre, era a salvação da pátria, tão vilipendiada pelo malvado défice.
Correu para o ministério e deu conta ao subsecretário do subsecretário; este por sua vez ao secretário do secretário e quando a ideia surgiu ao nosso primeiro já este dormia a sono solto
na sua fofa cama.
Recebeu a ideia com alegria embora fosse com voz pastosa que respondeu ao seu ministro que tão zeloso se mostrava com a hecatombe do défice orçamental:
- Amanhã vemos isso. Boa noite.
Na reunião do dia seguinte surgiu a brilhante ideia exposta com pompa e circunstancia, o malfadado défice seria corrigido de uma forma simples e engenhosa aumentaria o IVA de 12 % para 19 % nos alimentos, como de costume o tabaco e a gasolina e estaria resolvido o problema.
Houve muitos abraços e cortesias e foram todos felizes para um fim de semana no Algarve cientes do dever cumprido.
E o Zé povinho ao ouvir as notícias das nossas televisões, mais interessadas no campeonato nacional e nos programas pseudo culturais., somente exclamou:
- Que grande PORRA. É sempre a mesma merda.
Pois é ... Os pobres que paguem a crise.
Mordi... mas desta vez em nada, já quase não há em que morder neste país
A GENTE NÃO MERECE ISTO!!Morder neste país A GENTE NÃO MERECE ISTO!!!
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24/05/2005
António Zumaia