O governo e a maioria PSD/CDS insistem em viver num buraco negro.
O desfasamento entre o discurso político e a realidade dos cidadãos, dos territórios e do país assume por vezes dimensões preocupantes.
Uma retrospectiva dos últimos dois anos e meio permite concluir que há um conjunto de protagonistas políticos a viver numa espécie de buraco negro, razão pela qual o que dizem e o que fazem não cola com a realidade.
O governo e a maioria PSD/CDS insistem em viver num buraco negro, em que o presente não existe, o passado é desculpa para todos os fracassos do dia-a-dia e as melhorias reais são projectadas para um futuro mais ou menos distante.
Uma filosofia que faz lembrar o quadro em que o cavaleiro ergue um pau com cenouras na ponta para que o burro continue a andar.
E recordar que Pedro Passos Coelho afirmava em Julho de 2011: "Não usaremos nunca a situação que herdámos como desculpa."
No fundo, a fuga ao presente serve para se eximirem das responsabilidades e das consequências das suas opções políticas.
O problema é que no buraco negro cabe o quotidiano de 81 mil licenciados sem emprego há mais de um ano, o desespero dos 443 943 portugueses no desemprego sem qualquer tipo de apoio social ou os mais de 240 mil portugueses que já abandonaram o país desde 2011.
O problema é que nesse buraco negro também cabe a incompetência de quem, em cada quatro euros de austeridade sacados aos portugueses, apenas utilizou um na consolidação orçamental, desperdiçando os restantes três.
O problema é que, depois de tantos sacrifícios e cortes, de um aumento de 30% do IRS, a dívida pública tenha disparado para os 129,4% do PIB (o Memorando inicial previa 105%) e o défice pode ter ficado em 5,2%, depois das receitas extraordinárias (o Memorando inicial previa 3%).
O problema é que a lógica do buraco negro é a da suspensão do tempo, da ocupação do espaço e da disposição desse território a seu bel-prazer. E mais uma vez a realidade é bem diferente do discurso político. Portugal não é uma quinta e nenhuma maioria pode dispor da vida dos portugueses de forma arbitrária.
http://www.ionline.pt/iopiniao/buraco-negro
Por António Galamba
publicado em 6 Fev 2014 - 05:00
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Não é um buraco negro, não, é um buraco bem dourado onde vivem, longe da realidade triste do povo português.
Tal como a caverna dourada que os espera quando terminarem de desgraçar esta país - um belo emprego em qualquer lugar demasiado bem pago para os que cumpriram o trabalho encomendado pelos corruptos mundiais.
Já todos sabemos que isto tudo corresponde a uma cabala mundial!
Esse é um dos motivos porque os povos não deveriam permitir isto, mas continuam mansos e sem capitães.
O motivo porque um governo consegue sobreviver à revolta do povo é exactamente esse: o governo é unido e tudo parte do mesmo lado enquanto que o povo está disperso e leva muito tempo a organizar-se, quando consegue fazê-lo.
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Laura Martins