Quem me dera que este pedido se tivesse realizado e o Pai Natal o tivesse ouvido.
Infelizmente há muitos meninos que ficaram sem a prenda desejada.
Quem me dera que este pedido se tivesse realizado e o Pai Natal o tivesse ouvido.
Infelizmente há muitos meninos que ficaram sem a prenda desejada.
E eu que pensava não ter uma árvore de Natal neste ano sombrio...
Com tanta coisa a acontecer ainda nem tinha feito um presépio para animar o Natal de 2011.
Pouco há a dizer sobre a escolha das personagens, tendo o papel da vaca ficado entregue ao sorriso das vaquinhas que o Cavaco tanto parece apreciar e o do Burro ao Seguro que não aparece na imagem porque anda por aí a fazer abstenção violenta.
Bom Natal a todos.
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http://wehavekaosinthegarden.blogspot.com/2011/12/um-presepio-para-2011.html
Desculpem!
Houve quem não gostasse do presépio chinês mas, não foi minha intenção ofender ninguém.
Como Portugal foi tomado de assalto pelas lojas e restaurantes chineses, pensei que seria de bom tom elogiar esse povo trabalhador (e açambarcador).
É que ninguém sabe o que nos reserva o futuro!... E... se um dia formos tomados de assalto, como o Tibete, convém estar-lhes nas boas graças.
Então, o que é que querem? O nosso Primeiro ministro tem sido um óptimo professor e eu tenho feito os trabalhos de casa, pois então!
Agora, em esperteza, ninguém me ganha. Sempre com um olho no burro e outro no chinês.
Não é assim que se leva a água ao nosso moínho, sr. engenheiro?!?!?
Lamentamos mas:
- Os Reis Magos lançaram uma OPA sobre a manjedoura e esta foi retirada do estábulo até decisão governamental ;
- Os camelos estão no governo;
- Os cordeirinhos estão tão magros e tão feios que não podem ser exibidos;
- A vaca está louca e não se segura nas patas ;
- O burro está na Escola Básica a dar aulas de substituição;
- Nossa Senhora e São José foram chamados à Escola Básica para avaliar o burro;
- A estrelinha de Belém perdeu o brilho porque o Menino Jesus não tem tempo para olhar para ela;
- O Menino Jesus está no Politeama em actividades de enriquecimento curricular e o tribunal de Coimbra ordenou a sua entrega i mediata ao pai biológico;
- A ASAE fechou temporariamente o estábulo pela falta da manjedoura e, sobretudo, até serem corrigidas as péssimas condições higiénicas do estábulo, de acordo com as normas da UE.
Com as n/desculpas
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Sara Rafael
Querido Papai Noël,
Minha cartinha desse ano vai surpreendê-lo: não peço nada para mim, mas para você! Sim, para você. Surpreso? Bem, na verdade, não é um pedido, é um conselho: não venha ao Brasil este ano. Você sabe como é, né? O ano de 2005 foi muito duro para todo o mundo, mas para nós teve uma loucura de loucuras, deixando marcas profundas no povo.
Mas vamos deixar esse papo-cabeça para 2006, e vamos à situação aqui da cartinha.
Eu adoro presentes, gostaria muito também de encontrá-lo, porém temo pela sua segurança. Afinal, você já está velhinho, não tem lá um coração de atleta, então é melhor se prevenir... Imagino a sua taquicardia e a falta de ar quando, ao tentar saltar de seu trenó, fosse impedido por adolescentes armados e cheirados, que colocassem gasolina em seu transporte e ateassem fogo em suas renas, e com você lá dentro! Claro que seria simples confusão com o número do veículo, pensando tratar-se do trenó 350. Mas quem poderia garantir? Sei que você é compreensivo, que acharia tudo brincadeirinha de criança levada, amparada pelo estatuto do menor e adolescente, essas coisas...
Pense bem, Papai Noël, você teria que vir de dia, e com uma roupa de outra cor, porque por aqui tem um tal de comando, que usa a sua cor (sem pagar "royalties") e faz dela a sua bandeira. Esse comando é hostilizado por outras facções, falanges, comandos, que não permitem o vermelho em suas respectivas circunscrições, por ser a cor do inimigo? Ah! Também não permitem a cabeça raspada (que é pra não confundir com, o inimigo - embora você não corra esse risco), como também não permitem o uso de roupa preta à noite, pra não confundir com a polícia. Coisinhas pitorescas, não? Deste modo, Papai Noël, você teria de vir a pé, e sem botas, para evitar ser assaltado e até morto por causa delas.
Falando em roubo, isso agora é moda por aqui, principalmente nos altos escalões do governo. Quem não rouba, não ganha voto. Pôxa, não ia pedir nada para mim, mas essa conversa me fez lembrar que você bem que podia mandar umas mulheres lá para o Planalto, aquelas poderosas, como a Wilma, a Katrina... que tal?
Tem o lado bom também: você não precisa mais se preocupar com as crianças carentes neste Natal, porquanto o governo e a Rede Globo já cuidaram de tudo, através do "Criança Esperança", "Natal sem Fome", "Fome Zero" (à esquerda). Melhor você vir socorrê-las apenas nos outros 364 dias...
Ah! Papai Noël, você já passou dos 60 anos, né? Sim, porque se não, mesmo tendo trabalhado por mais de 55 anos, não poderia se aposentar antes dos 60. O descanso merecido do trabalhador virou roleta russa do governo, que a cada gestão dispara em nossas cabeças, com Medidas Provisórias que duram a vida toda. A geração de agora paga, em anos extras de trabalho, o rombo do INSS, que foi para as ilhas Cayman, para a Suíça, para lugares chamados "paraísos", onde nós nem chegamos perto, mas que elegemos quem chega e usufrui. Legal, né? Aliás, temos o sistema eleitoral mais sofisticado e bem desenvolvido do planeta! Ficamos sabendo os nomes dos próximos milionários em poucas horas, após o encerramento dos votos!
Muito bem, Papai Noël, sugiro que você venha ao Rio de Janeiro em 2007, para os Jogos Pan-Americanos (ou simplesmente PAN), quando ficará muito feliz em ver a cidade completamente modificada pelo desporto. Não haverá mais miséria, mais fome, mais fumo, mais tráfico, mais violência... tudo em nome do desporto! Vão reconstruir alambrados, que antes despencavam matando brasileiros, vão criar verdadeiros bairros olímpicos, com o dinheiro da Saúde e da Educação, que pegaram emprestado. Ah! Mas você não é inglês... que pena... porque é tudo pra inglês ver... (porque as crianças continuarão cheirando, os pais continuarão desempregados, o tráfico continuará mandando).
Opa! Tráfico! Isso! Tem que ter antes autorização dos chefões (de 23 anos), para entrar com seu trenó nas áreas dominadas por eles. Mas não se preocupe, caso você venha pela Barra da Tijuca, até o Humaitá, que o sujeito lá já deu até entrevista, dizendo que ele proíbe crimes na área dele, nesse período de Natal. E ai de quem não obedecer! (recadinho inclusive para a polícia!). O carinha é respeitado, embora ainda tenha mal saído dos cueiros.
Bem, Papai Noël, coloque suas barbas de molho (aproveite a arrasadora promoção de Natal dos supermercados Guanabara, e ganhe ingressos para o concerto de Natal da Sandy & Júnior, acompanhados de Chitãozinho & Xororó, Bruno & Marrone, Wanderley Cardoso, Jerry Adriani, Wanderléia e Daniella Mercury, ao lado de Ivete Sangalo).
Uma última observação: não tire o dilúvio do mundo, tire o Delúbio! O Dirceu (não meu) já era. Faltam muitos ainda pra descer a rampa. Mas sabe, o melhor mesmo é aguardar as próximas eleições, que o povo inter nauta promete conseguir 51% de votos nulos, anulando para sempre a corja de políticos corruptos ininterruptos. Quem sabe não é criada uma nova capital numa reserva indígena? Verdadeiros donos da terra? E não é eleito um cacique? Nada disso, já tem muito cacique pra pouco índio...
Enquanto isso, sugiro que você organize um dicionário de "brasileirês", porque o cabra-da-mulesta não faz a menor ideia do que venha a ser um Natal-trilegal.
Mas venha, Papai Noël, venha sim (sem se esquecer do coletinho básico de "kevlar", para que as balas perdidas não lhe encontrem), que o povo é hospitaleiro, cheio de calor humano, e não vão faltar perus, rabanadas, castanhas tropicais, e toda a sorte de comilança que a data exige.
Só me explique uma coisa: porque fazem tanta festa pra comemorar o nascimento de um menino morto há mais de 2000 anos, quando temos tantos meninos morrendo hoje de fome?
Venha, Papai Noël, mas traga esse seu saco cheio de paciência e fé, porque esperança, que era a última que morria, é falecida, incinerada num ônibus qualquer, a caminho da ceia.
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15/12/2005
Lílian Maial